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Relação Médico Paciente


Em nossos congressos e jornadas muito se tem falado e discutido, sobre a má prática em nossa especialidade. O tema preferido abordado por nossos colegas, advogados e juízes convidados, costuma tratar de como proceder quando se enfrenta uma acusação de erro médico. Entretanto, pouco se fala sobre a maneira mais eficaz de se evitar uma acusação de má-prática: a relação médico-paciente.


Este deveria ser tema constante de nossos eventos científicos, principalmente nesta era digital em que muitos pacientes procuram cirurgiões pelo que leem, escutam, veem e comparam nas redes sociais. Especialmente com estes, a relação médico-paciente deve ser bem estabelecida antes que se proponha um procedimento cirúrgico.


Sabemos que não há critério objetivo para se avaliar o real estado emocional do paciente, entretanto alguns aspectos negativos podem ser revelados nesta indispensável relação.


Cito como exemplos entre outros: paciente sem objetivos definidos ou indeciso, paciente com grandes expectativas ou muitas exigências. Se houver distúrbios psiquiátricos (dismorfofobia, depressão, psicose, etc.) estes deverão serem tratados antes de qualquer procedimento estético.


A boa relação médico-paciente recomenda que se escute o paciente com paciência, de preferência sem interrompê-lo. Tentar compreendê-lo será a primeira tarefa, procurando identificar claramente os seus desejos. Se não os conseguir, que se proponha uma nova consulta. Há que se evitar operar antes de se ver esclarecido qual a procedimento mais adequado para o paciente. Se a decisão for não operar o paciente por qualquer motivo (físico, emocional, clínico) não o abandone, ofereça sempre a ele a esperança, que é o primeiro dever do médico. Muitos pacientes ficam irritados com a recusa do médico em não operá-los.


A conduta do cirurgião deve também ser muito importante nesta relação, principalmente no ato cirúrgico e no pós-operatório. Assim é indispensável uma conduta proba, com atenção plena ao paciente. É aconselhável que o resultado da cirurgia, seja ele qual for. seja informado ao paciente pelo próprio cirurgião e não por alguém de sua equipe. Portanto não se deve operar quando não puder acompanhar o paciente no pós-operatório imediato. Este é um ponto importante para se evitar demandas judiciarias.


Enfim torne-se amigo de seu paciente. Lembre-se que uma demanda judicial é o modo mais efetivo de destruir o ego do cirurgião. Mesmo vencendo a demanda, os seus efeitos serão sempre desagradáveis.



Termino com a advertência do Dr. Eugene Courtiss, famoso cirurgião plástico americano que editou livro em 1978, sobre problemas em cirurgia estética:                                  

“ Probably the best way a surgeon can avoid malpractice troubles is to always develop strong and positive relationships with his patients”

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