A mídia da semana passada nos relatou mais um caso de morte pós-lipoaspiração, realizada por profissional não habilitado e em local inadequado.
O acontecido nos afeta diretamente e à credibilidade de nossa especialidade mas, infelizmente, não é fato raro. A nossa legítima preocupação com o exercício ilegal da cirurgia plástica, não deve mascarar o mais grave: perda de vidas, deformidades corporais e mutilações irreversíveis.
As vítimas são pessoas vulneráveis, ignorantes no verdadeiro sentido da palavra, pois desconhecem os riscos destes procedimentos mal conduzidos e mal executados. Estas pessoas, geralmente de baixo poder aquisitivo, procuram realizar seus sonhos por meio de cirurgias de baixo preço. Então, vão encontrar profissionais não qualificados operando em locais inadequados. A tragédia está anunciada.
Se o problema é grave, nossas entidades médicas devem enfrenta-lo: SBCP, Câmaras Técnicas dos Conselhos Regionais, e até mesmo o Conselho Federal de Medicina.
Do meu ponto de vista, qualquer procedimento de lipoaspiração não poderia ser executado em consultórios ou em clínicas sem internação. Estes procedimentos só poderiam ser realizados em hospitais e/ou em clínicas com alvará para internação (locais onde somente são autorizados a atuar profissionais habilitados).
Uma norma deveria ser baixada a este respeito pela nossa SBCP com ampla divulgação nacional e nas mesmas mídias sociais utilizadas por estes profissionais arrivistas. As futuras vítimas merecem ser alertadas. A vida em primeiro lugar!
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